quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pergunta feita pelo grupo de Envelhecimento

  • Qual o efeito bioquímico do glúten no corpo? E por que "faz mal", se faz mal em organismos que não têm a alergia.

Em pessoas que não tem predisposição à doença, o trato gastro intestinal é protegido por barreiras físicas e químicas e pode digerir antígenos potenciais de bactérias e alimentos, utilizando ácidos graxos e secreções enzimáticas. O sistema imune gastro intestinal normalmente pode reconhecer e tolerar proteínas, peptídios e componentes celulares específicos e preparar tanto respostas imunes específicas como gerais a antígenos estranhos e potencialmente lesivos, No caso da doença celíaca, alguma combinação de susceptividade genética e um desencadeante desconhecimento permite ao sistema imunológico criar resposta imune anormal quando exposto ao glúten. (Seibold, 2005)

Nos indivíduos afetados, quando consumido o glúten, causa danos a vilosidade da parede do intestino, que são responsáveis pelo revestimento e absorção de nutrientes no intestino delgado, isso é, ocorre um processo inflamatório e por decorrência desse processo a destruição das vilosidades, que são pequenas saliências presentes na parede do intestino.




A doença celíaca é uma doença inflamatória do intestino delgado como citado anteriormente, que resulta da resposta autoimune, mediada pelas células T (que têm papel importante na proteção contra patógenos microbianos no sistema gastrointestinal e na regulação das resposta a antígenos alimentares, além disso, contribuem para as doenças inflamatórias do trato gastro intestinal) à ingestão do glúten em indivíduos com predisposição genética.

Esses indivíduos com predisposição genética expressam haplótipos das moléculas apresentadoras de antígenos HLA-DQ2 e HLA-DQ8 que se ligam a peptídio do glúten. Quando as células T apresentam as moléculas de peptídio do glúten, elas produze, citocinas que iniciam a reação inflamatória e autoimune e estimulas os plasmócitos a produzir anticorpos antigliadina, transglutaminase e endomísio. (Chans e Mihas, 2006)

A reposta inflatória pode levar a várias complicações como por exemplo, diarreia, perda de peso, desnutrição, em decorrência à não absorção dos nutrientes na digestão. A redução da liberação de hormônios do intestino delgado resulta em diminuição das excreções da vesícula biliar  e pâncreas, o que contribui ainda mais para a má digestão.

 A doença celíaca é uma doença crônica e vai requerer do indivíduo diagnosticado a retirada do glúten da dieta por toda a vida.



Postagem por: Viviane Rocha

Fonte: http://www.crohnecolite.com.br/2013/08/intolerancia-ao-gluten.html
Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia / L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump; [tradução Natalia Rodrigues Pereira... et al.] : Elsevier, 2011. 3v. : il. ; 28cm 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Reação de Maillard no tratamento da soja crua
O tratamento térmico durante a retirada do óleo pode modificar a digestibilidade de alguns aminoácidos, principalmente a lisina. assim, se torna prejudicial porque a lisina é o aminoácido mais limitante para suínos e, o farelo de soja, a principal fonte desse na dieta. O ponto crítico na avaliação da qualidade do farelo de soja é determinar se o farelo de soja foi sub ou super processado pelo calor. O super aquecimento com aparecimento da  reação de Maillard produz uma coloração caramelada que é devida ao pigmento melanodina (Mauron, 1981 citado por Ward 1996). A reação de Maillard é referente a combinação do grupo épsilon do aminoácido lisina com açúcares redutores e aldeídos. 

Reação de Maillard em outros alimentos 
Em todos os alimentos que possuem carboidratos na sua composição realizam duas transformações: a reação de Maillard e a caramelização. Nos dois casos ocorrem degradação nos carboidratos, no caso do pão, a mais importante é a reação de Maillard. Nessa transformação, os produtos que se degradam formam compostos de coloração escura, que recebem o nome de maloidinas. Na reação de Maillard há também a formação de compostos voléteis responsáveis pelo cheiro característico do produto que, provêm de uma parte do processo denominada degradação de Strecker. Resumidamente, a reação de Maillard é caracterizada pela junção do grupo carbonila dos açúcares redutores com o grupo amínico das proteínas, de peptídios ou de aminoácidos. Ela acontece numa série de etapas onde ocorrem combinações; rearranjos, chamados arranjos de Armadori, que são a isomerização da aldosilamina; a formação da base de Schiff; a degradação de Strecker e algumas reações intermediárias, onde, de algumas delas surgem o furfural ou o hidroximetilfurfural, este é polimerizado, originando as melanoidinas.


Postado por: Gabriel Bonato

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Utilização da soja na alimentação de animais
A soja é muito usada nas grandes fábricas de rações para animais, por causa do seu alto valor nutritivo que chega até 43% de proteínas e 32% de carboidratos. Mas ela tem restrições para ser utilizada na alimentação de aves e suínos por conta de alguns fatores antinutricionais, mas essa restrição pode ser . Dentre esses fatores antinutricionais se destacam principalmente os inibidores de proteases, lectinas ou hemaglutininas, saponinas e as proteínas alergênicas.
·       Saponinas
As saponinas são glicosídeos presentes em plantas, que se caracterizam pelo sabor amargo, capacidade de formar espuma em soluções aquosas, provocar hemólise e ainda de se complexarem a esteróides, incluindo os presentes nas membranas das células animais. Seus efeitos antinutricionais estão relacionados com modificações na permeabilidade da mucosa intestinal, impossibilitando a absorção e transporte de vários nutrientes.
·       Proteínas alergênicas
As proteínas alergênicas presentes na soja são representadas pelas conglicinina e β-conglicinina que provocam reações de hipersensibilidade na mucosa intestinal. A reação de hipersensibilidade às proteínas da soja pode provocar alterações na morfologia intestinal, com encurtamento das vilosidades e aumento da profundidade da cripta.
·       Inibidores de proteases
Os inibidores de proteases são proteínas de ampla distribuição no reino vegetal, capazes de inibir as atividades da tripsina, quimotripsina, amilase e carboxipeptidase. Os dois principais inibidores de proteases presentes na soja são o Kunitz e Bowman-Birk que constituem aproximadamente 6% da proteína bruta da soja.
·       Lectinas

Lectinas são proteínas encontradas na maioria das plantas, particularmente em grãos de leguminosas, e são frequentemente denominadas de hemaglutininas, devido a sua capacidade de provocar a aglutinação de hemácias em várias espécies de animais. Possuem capacidade de se ligarem a carboidratos específicos localizados na superfície das células, principalmente nas células do duodeno e jejuno, causando danos à parede intestinal com diminuição da digestibilidade dos nutrientes

Postado por: Gabriel Bonato

Dieta rica em soja.

 Dieta rica em soja diminui o tamanho do infarto depois da oclusão permanente da artéria mediana cerebral em ratas. (Am J PhysiolRegulIntegrCompPhysiol 289: R103–R108, 2005; doi:10.1152/ajpregu.00642.2004).
 O estrogênio é um poderoso agente neuroprotetivo, em uma amostra de ratos com acidente vascular cerebral isquêmico. Entretanto, em humanos, tratamento a base de  estrogênio pode aumentar o risco de infarto. Riscos de saúde associados com reposição hormonal tem levado várias mulheres a considerar terapias alternativas incluindo dietas ricas em soja ou suplementos contendo isoflavonas de soja, que age como receptores de estrogênio ligados para imitar seletivamente algumas das ações de estrogênio. Nós hipotetizamos que uma dieta rica em soja compartilharia das ações neuroprotetoras do estrogênio na isquemia focal cerebral. 
    Ratas da raça Sprague-Dawley foram ovariectomizados e divididos em três grupos: dieta livre de isoflavona mais placebo (LI-P), dieta livre de isoflavone mais estradiol (LI-E), ou dieta rica em soja mais placebo (S-P). Duas semanas depois de serem submetidos às dietas, as ratas foram submetidas, passaram por uma oclusão da artéria cerebral esquerda mediana (OACEM). Reduções no fluxo de sangue cerebral ipsilateral foram equivalentes entre os grupos (~50%). Vinte e quatro horas depois foi determinada o déficit neurológico, e os cérebros foram coletadas para ensaio de enfarte cerebral por coloração de TTC. Nas ratas LI-POACEM
produziram um 50± 4% enfarte cerebral. A dieta rica em estrogênio bem como a rica em soja reduziram significativamente o tamanho dos enfartes e 26 ± 5% em ratas LI-E e em 37 ± 5% em ratas S-P. A análise em cinco rostro-caudal níveis que revelou que  o tratamento com estrógeno foi ligeiramente mais eficaz na redução do tamanho do infarto do que a dieta rica em soja. No geral, os resultados do déficit neurológico após 24 horas, foram correlacionados com o tamanho do infarto; no entanto, não houve diferenças estatisticamente significativas entre os grupos do tratamento. Estes dados mostram que duas semanas de uma
dieta rica em soja é uma estratégia profilática eficaz para reduzir o tamanho do infarto
numa amostra de ratos com isquemia cerebral focal.
Estrogênio protege o cérebro  de danos tão variados, no entanto, o uso de estrogênio como um agente profiláctico em seres humanos é controverso. Dados recém testados da Iniciativa de Saúde da Mulher demonstrou um aumento do risco de ocorrência de AVC em mulheres pós-menopáusicas tratadas com estrogênio isolado ou com a terapia de reposição hormonal com estrogênio e progesterona. Além disso, outros riscos associados com a reposição hormonal, incluindo o câncer da mama, levaram muitas mulheres a evitar a terapia hormonal tradicional, para as terapias alternativas vistas como mais seguras, incluindo dietas ricas em soja. A soja contém fitoestrógenos, que são polifenóis não esteroide, ou seja, compostos com a capacidade para se ligar e ativar receptores de estrogênio nucleares (ER).
Devido o estrogênio ser um neuroprotetor durante o infarto, a hipótese que a dieta rica em soja e contendo altos níveis de fitoestrogênios irá também reduzir a extensão da lesão cerebral em uma amostra de ratos com isquemia cerebral focal. Os nossos resultados demonstram que após 2 semanas numa dieta rica em soja, levam a uma redução significativa da extensão do infarto cerebral em ratas submetidas à ovariectomização e a oclusão permanente da artéria cerebral média (OPACM). 

RESULTADOS


Duas semanas após a ovariectomia ratos tratados com placebo ou dieta rica em soja ganharam peso (Tabela 1). Em contraste, os ratos tratados com estrógeno apresentaram pesos corporais significativamente mais baixos no momento do enfarte em comparação com qualquer um dos grupos de placebo (Tabela 1). As concentrações de sérum estradiol no grupo tratado com estrogênio (159± 21 pg / ml) foram 15 vezes mais elevadas do que no grupo tratado com placebo e muito próximo do previsto pelo fabricante (Tabela 1). O peso do útero dos ratos tratados com estrogênio eram cerca de 3,5 vezes maiores do que os dos ratos tratados com placebo em ambas as dietas: rica soja ou livre de soja (Tabela 1). Estes resultados confirmam a eficácia do tratamento com estrógeno e a ausência de efeitos uterotrópicos da soja (40, 41). A oclusão da artéria média esquerda cerebral produziu redução equivalente na FLD esquerda em todos os três grupos (Fig. 1). Em média, observamos uma redução de 54 ±5% no FLD esquerda. A redução no fluxo sanguíneo persistiu durante o período de observação de 15 minutos e manteve-se comparável entre os grupos de tratamento (Fig. 1). Classificações  neurológicas de déficit às 24 h, não houve diferença entre os grupos, sugerindo que o impacto comportamental agudo de cirurgia, anestesia, e OPACM foi semelhante, independentemente da dieta ou tratamento (Tabela 1). No entanto, quando todos os animais foram combinados,
houve uma correlação fraca, mas estatisticamente significativa entre a pontuação do déficit neurológico e tamanho do infarto (R² = 0,23 P< 0,05).
O OPACM permanente em ratos ovariectomizado LI-P resultou em uma 50 ± 4% de enfarte no lado ipsilateral à oclusão (Figs.2 and 3).


Texto adaptado do artigo  ''High-soy diet decreases infarct size after permanent middle cerebral artery
occlusion in female rats''
Derek A. Schreihofer, Khoi D. Do, and Ann M. Schreihofer
Department of Physiology, Medical College of Georgia, Augusta, Georgia
Submitted 20 September 2004; accepted in final form 28 February 2005


Postador por: Isadora Barros 

Soja Transgênica no Brasil

    A produção de soja transgênica no Brasil está entre as produções de oleaginosas mais elevadas do mundo. Mesmo com suas polêmicas de vantagens e desvantagens, frente às análises de alguns estudos representa uma inovação da agroindústria para atender às demandas nacionais e internacionais do mercado consumidor de grãos, farelos, óleos, fabricação de alimentação humana e animal, de biodiesel e outros.
     O termo transgênico representa uma transformação genética no processo produtivo, onde a planta passa por uma modificação em sua estrutura e esta mudança de genes busca fortalecer as plantas contra as ações indevidas de pragas e torná-las resistentes aos herbicidas. Os transgênicos sofrem mudanças no DNA, fazendo com que suas características sejam modificadas por meio de transferências de genes de um organismo para outro.
     Em geral existe uma linha entre as influências positivas e negativas dos produtos transgênicos, tudo dependerá da forma como são produzidos e da obediência às normas de segurança alimentar, pois as novas biotecnologias permitem implantar nos produtos uma maior concentração de nutrientes, fazendo com que os alimentos fiquem mais ricos e completos. Se não houver controle, fiscalização e conscientização, os riscos podem surgir, por isso, os consumidores precisam ser esclarecidos acerca destes produtos salvaguardando seus direitos de consumi-los ou não.Algumas rotulagens impostas no Brasil sobre os transgênicos são devido a falta de informações científicas sobre o assunto.





Adaptado do texto "A SOJA TRANSGÊNICA NO BRASIL E SUAS INFLUÊNCIAS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE'' (FAEMA,1-16, jul-dez, 2015)

Postado por: Isadora Barros 
   

Soja na Alimentação Humana

A soja é uma leguminosa assim como o feijão, a ervilha, o grão de bico. É a principal e a melhor fonte de proteína de origem vegetal, possuindo, em relação a este nutriente, duas vezes mais que as carnes. Porém sua proteína não é igual á da carne ou dos ovos quanto á composição em aminoácidos essenciais (metionina e lisina) e, portanto, não é completa. Mas, o consumo da soja com um cereal como o milho, arroz e o trigo, ricos em aminoácidos, faz com que a fração proteicas se torne completa.


Postado por: Isadora Bernardes

domingo, 19 de junho de 2016

Funcionamento das Isoflavonas na célula


Como a isoflavona tem estrutura química similar ao estrógeno, ela tem potencial para ser reconhecida pelos receptores para estrógeno.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/01/1728445-acao-hormonal-da-soja-gera-debate-sobre-consumo-entre-criancas.shtml

Postagem por: Paulo Vitor da Cunha Costa

Estrutura química das moléculas


Uma comparação do estrógeno com os fitoestrógenos mostra a semelhança estrutural entre as moléculas

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/01/1728445-acao-hormonal-da-soja-gera-debate-sobre-consumo-entre-criancas.shtml

Postagem por: Paulo Vitor da Cunha Costa

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Alterações Hormonais da Soja em Bebês, Adolecentes, Adultos e Idosos

Bebês: Alimentados com grão
No Brasil, a onda da soja também chegou a crianças e bebês. Por considerar o grão um alimento saudável, muitas mães acabam oferecendo-o aos filhos. No entanto, os pediatras não recomendam o consumo indiscriminadamente.
Paul Cooke, biólogo reprodutivo da Universidade de lIIinois (EUA), estudou ratos criados com uma quantidade de genisteína suficiente para deixar os níveis sanguíneos comparáveis aos de bebês humanos que tomam leite de soja. Ele observou um encolhimento no timo, glândula importante para o sistema imunológico. É difícil afirmar se o mesmo efeito ocorre nos bebês humanos, mas um estudo publicado no Jaurnal of the American Medical Assaciatian (EUA), em 2001, pesquisou mais de 800 adultos, entre 20 e 34 anos, que receberam leite de soja ou de vaca na infância. Uma das diferenças que surgiram foi que o grupo alimentado com leite de soja usou mais remédios para asma e alergia na vida adulta. Será que isso é apenas uma coincidência ou será que pode indicar uma deficiência na função imunológica?
Ninguém sabe responder à questão. Nos Estados Unidos, há mais de 20 milhões de pessoas que consumiram leite de soja na infância. E há inúmeros centros de pesquisa no país estudando grandes parcelas da população. No resto do mundo, o assunto também levanta polêmica. Em 2005, o ministério da saúde de Israel recomendou reduzir o consumo de produtos à base de soja por crianças e, se possível, evitar completamente por recém-nascidos. Ao fazer tal alerta, Israel se juntou à França, à Nova Zelândia e à Austrália para oficialmente adotar uma postura preventiva.
DA ADOLESCÊNCIA À JUVENTUDE: ALIMENTO FALSO PARA OS MÚSCULOS
A maioria das pessoas reconhece a importância da proteína no desenvolvimento e na recuperação muscular. E pesquisas já mostraram que a hora que você ingere a proteína é tão importante quanto a qualidade do alimento – fato que criou um mercado de suplementos de proteína fáceis de consumir. “É difícil comer um bife na academia”, afirma William Kraemer, pesquisador de treino de força da Universidade de Connecticut (EUA).
Suplementos de proteína permitem que um atleta misture 1 colher de pó no suco e beba a mistura a qualquer hora. Cada marca alardeia suas melhores qualidades em relação ao desenvolvimento muscular. As fontes de proteína mais usadas em todos eles são soja, whey e caseína. A questão é: será que o preço mais acessível da soja gera algum custo para o desenvolvimento muscular?
Em um estudo de 2005 publicado no Journal of Nutrition (EUA), pesquisadores que compararam a soja à caseína concluíram que “o valor biológico da proteína da soja deve ser considerado inferior ao da proteína da caseína”. Entre outras desvantagens, os cientistas descobriram que uma porção significativamente maior de soja é reduzida ao produto residual uréia. Mais, ela leva a uma menor síntese de proteína no organismo.
“A proteína como a whey é muito mais saudável que a soja”, afirma Kraemer. Há também preocupações de que a soja possa reduzir a produção de testosterona nos homens e aumentar a produção de estradiol, normalmente associado à produção de hormônio feminino. Em relação aos benefícios de força, no entanto, mais pesquisas são necessárias antes de definir diretrizes.
DOS 20 AOS 40: INTIMIDADES EM PERIGO
Em um estudo publicado no periódico Human Reproduction, Jorge E. Chavarro e seus colegas descobriram uma forte associação entre o ­consumo de alimentos de soja e a redução na contagem de espermatozóides nos homens, especialmente os obesos e acima do peso. Noventa e nove homens relataram ingerir 15 tipos diferentes de alimentos à base de soja, em seguida fizeram o exame para contar os espermatozóides. Aqueles que consumiam mais soja por dia tiveram, em média, 32% menos espermatozóides por mililitro de sêmen em comparação aos homens que não tinham soja na dieta.
Chavarro alerta que isso não prova causa e efeito e que ainda é muito cedo para aconselhar aos homens a evitar alimentos à base de soja na esperança de aumentar a fertilidade. “Claramente, essa história está apenas começando”, diz. “Mais estudos ainda precisam ser realizados.” De qualquer forma, o sinal de alerta deve ficar ligado desde já. Segundo o urologista Mauro Bibancos, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington, se ficar provado que a soja faz mal para os espermatózoides, ela também será maléfica para o corpo em geral.
Se a fertilidade já causa preocupações, imagina a impotência? Dois outros trabalhos recentes revelaram que pelo menos um componente da soja prejudica a função erétil em animais ­ e pode fazer o mesmo nos homens.
Os estudos, publicados nos periódicos Journal of Andrology (EUA) e Urology respectivamente, analisaram o efeito da daidzeína na função sexual de ratos machos. Doses moderadas do fitoestrógeno consumidas na juventude ou na vida adulta afetaram bastante a qualidade de suas ereções. Entre outras mudanças, os homens que foram expostos à daidzeína produziram menos testosterona, tinham ereções menos poderosas e passaram por mudanças bioquímicas no tecido peniano que deixaram esse tecido menos elástico e menos capaz de se encher de sangue.
Embora saibam que os resultados nos ratos nem sempre equivalem diretamente aos resultados em humanos, os autores do primeiro estudo sugerem que há razão para acreditar que isso vá acontecer. Eles citam uma incidência 10% maior de disfunção erétil em chineses, que consumiam grandes quantidades de soja, em comparação a americanos, que evitavam o alimento.
Yufeng Huang, um dos coautores dos dois trabalhos, diz que a dose “moderada” usada nos estudos com animais leva a aproximadamente o mesmo nível de daidzeína no sangue dos homens que comem soja todos os dias, hábito comum na Ásia. Ele acredita que a soja representa um fator de risco novo e previamente desprezado para disfunção erétil.
A PARTIR DOS 50: FUGA DE CÉREBROS
No ano passado, Eef Hogervorst, da Universidade Loughborough (Inglaterra), e outros pesquisadores publicaram um estudo sobre produtos de soja e o risco de demência. Os pesquisadores focaram em pessoas mais velhas da Indonésia, membros de uma cultura na qual o tofu é um alimento importante na dieta há tempos. Hogervorst afirma que sua equipe começou o trabalho confiante de que encontraria um benefício nos fitoestrógenos do tofu. “Quase tudo que nós aprendemos sobre cultura animal e celular indicava que substâncias similares ao estrógeno protegeriam o cérebro”, diz.
Eles, no entanto, descobriram exatamente o oposto: os participantes com mais de 68 anos que comiam grandes quantidades de tofu regularmente tiveram o risco de demência e problemas de memória dobrado em comparação àqueles que comiam moderadamente. “Estamos formando um novo consenso agora: hormônios e derivados não são muito bons para pessoas acima de 65”, diz o pesquisador.
Agora acho que a tendência é termos cada vez mais pesquisas sobre esse assunto. E, no final, vamos encontrar um equilíbrio”, acredita o urologista Renato Fraietta, da Unifesp (SP). “A soja faz bem? Faz, quando sem exagero. É a mesma história do vinho. Uma taça de vinho tinto faz bem para o coração. Mas uma garrafa, não.”
O relatório feito por Jack E. Lewi sobre o caso de James Price foi publicado na edição de maio e junho de 2008 do Endocrine Practice (EUA), um periódico lido pelos mais influentes endocrinologistas. Graças a isso, os médicos agora contam com mais um documento na hora de avaliar a ginecomastia.
Mesmo assim, Lewi acredita que produtos de soja consumidos com moderação ainda podem ser uma parte saudável da dieta de um homem. “O problema”, diz, “é quando uma coisa como a soja é tida como essa maravilhosa panacéia para a saúde, e as pessoas acabam exagerando na dose”.
Uma questão final no caso de Price, no entanto, mostra a dificuldade de evitar a soja. Alguns meses depois que os níveis de estrógeno voltaram à normalidade, eles subiram novamente. E os efeitos colaterais ressurgiram: dor e inchaço nas mamas, falta de libido, ereções pobres. Ao pesquisar o que estaria acontecendo, Price descobriu que estava tomando um leite que não era de soja, mas que continha soja na fórmula. Ele jogou tudo no lixo e a vida voltou ao normal. Infelizmente, as mamas continuam inchadas, uma consequência das mudanças no tecido fibriótico que ocorrem com a ginecomastia de longo prazo. Price ainda se incomoda com a situação, mas não está disposto a remover esse desconforto cirurgicamente. Há muitos riscos, diz – ­sangramento, infecção, problemas com anestesia – para justificar entrar na faca a essa altura da vida.
Embora Price reconheça que seu corpo talvez tenha uma sensibilidade acima da média para os fitoestrógenos da soja, ele sugere a outros homens procurar o médico diante do primeiro sinal de dor ou inchaço. Sintomas descobertos – e tratados – no início são mais facilmente revertidos. Mais: sempre leia os rótulos dos alimentos que for consumir. As experiências mostraram que eles nem sempre são o que imaginamos. A proteína de soja hoje é um ingrediente rentável, presente em todos os lugares e muitas vezes escondido sob rótulos um tanto confusos.




Fonte: http://drpaulomaciel.com.br/perigo-soja-a-vista/

Postagem por: Paulo Vitor da Cunha Costa 

O Curioso Caso de James Prince

James Price, um oficial aposentado do exército americano, virou objeto de um estudo sobre algo que jamais imaginou viver. Durante meses teve sua masculinidade minada por peitos inchados, perda de pelos e redução da libido para depois descobrir que todo esse calvário estava ligado ao consumo excessivo de soja. Ao ler os detalhes, você vai entender por que Price aceitou ser protagonista de um artigo científico após enfrentar um problema tão constrangedor. Para ele era mais que um problemas: era a chance de evitar que outros homens passassem por isso também.
Notar mamas inchadas seria difícil para qualquer homem. No caso dele foi ainda pior devido ao contraste com o resto do corpo magro e definido. Mas não foi o único sintomas. “Meu pênis ficou tão flácido que parecia ter encolhido. Até minhas emoções mudaram.”
Os três primeiros médicos consultados por Price o diagnosticaram com ginecomastia, um aumento anormal das glândulas mamárias masculinas. Exames mais tarde mostraram que os níveis de estrógeno no sangue dele eram oito vezes mais altos do que o limite aceitável para homens, alto demais até para mulheres. Os médicos ficaram perdidos diante desse quadro. Deprimido e com dor, Price procurou outro especialista. Marcou uma consulta com o tenente-coronel Jack E. Lewi, chefe de endocrinologia do Centro Médico Militar de Santo Antônio (EUA). No primeiro encontro nem médico nem paciente tiveram a menor de quão complexo o mistério seria.
Lewi inicialmente procurou por fatores que pudessem desencadear a ginecomastia, como alcoolismo. Até suspeitou de um tumor que produz estrógeno. Após vários exames, o médico ainda não sabia o que deixava os hormônios do paciente fora de controle.
Embora Lewi tivesse perguntado a Price sobre seus hábitos e estilo de vida, decidiu detalhar cada refeição. E logo viu que leite de soja estava sempre presente. Como Price desenvolveu intolerância à lactose anos antes, tomava um suplemento alimentar, que fornecia uma dose grande de minerais, vitaminas, entre outros nutrientes. O mais surpreendente foi quando revelou que consumia 3 litros de leite por dia. Foi aí que tudo mudou.
Price sempre teve uma vida ativa e uma alimentação saudável. Sua forma física era destaque até mesmo na corporação. Com a morte da mulher, o cenário mudou. Ele ficou muito mais emotivo e apresentou oscilações de humor e redução da libido. Quando começou a namorar novamente, era como se o aspecto sexual tivesse evaporado. Interesse zero!
A ginecomastia em si se tornou algo bastante humilhante para Price. Ele parou de usar camisetas, temendo que as pessoas notassem a saliência similar aos seios de uma menina na puberdade. Mas durante o ano seguinte, em que se submeteu a vários exames para tentar desvendar o mistério, nunca ocorreu a Price que o leite de soja pudesse ser a causa.
Quando Lewi recomendou suspender a bebida, ele obedeceu. E, durante os meses seguintes, exames de sangue revelaram que os níveis de estrógeno em Price estavam voltando ao normal. Melhor ainda, a sensibilidade dos mamilos estava cedendo. Seu médico, que pesquisou a literatura científica enquanto tentava solucionar o caso, não encontrou nenhuma evidência relacionando soja à ginecomastia.

Fonte:http://drpaulomaciel.com.br/perigo-soja-a-vista/

Postagem por: Paulo Vitor da Cunha Costa

Qual a diferença entre Doença Celíaca, Intolerância ao Glúten e Alergia ao Trigo?

O glúten é um composto proteico encontrado em cereais como trigo, centeio, aveia e cevada.

Aumentando drasticamente o consumo nos últimos 40 anos juntamente com o consumo de carboidratos. O trigo é mundialmente o mais consumido, por fazer parte das principais refeições e, para algumas pessoas, está presente em todas as refeições diariamente. 

Encontrado em forma de pães, massas, biscoitos, salgados, tortas, cereais matinais ou até mesmo em bebidas como cervejas.

DOENÇA CELÍACA 

Afeta cerca de 1% da população. Além disso, segundo pesquisas, há uma predisposição de herança genética para a doença e a maior ocorrência são em mulheres.

A doença celíaca é uma resposta auto imune ao glúten, quando entra em contato com o intestino causando hipersensibilidade, prejudicando a absorção dos alimentos.





INTOLERÂNCIA AO GLÚTEN

Afeta cerca de 6 a 10% da população. Também chamada de sensibilidade ao glúten não-celíaca, a intolerância ao glúten ocorre quando as possibilidades de doença celíaca e de alergia ao glúten foram descartadas após analises dos sintomas e exames clínicos que diagnostica a sensibilidade ou intolerância ao glúten.

A intolerância ocorre devido a má digestão do glúten, que é composto de duas proteínas (gliadina e glutemina), que o resto dessas se alojam na parede do intestino, prejudicando a digestão.


ALERGIA AO TRIGO

A alergia ao trigo, não deve ser confundida com a doença celíaca e com a intolerância ao glúten.

Alergia alimentar é uma reação exagerada do organismo, podendo ser  imediata ou de curto prazo do sistema imunológico a uma proteína específica (gliadina e a glutemina), que normalmente é acompanhado por sintomas nas vias respiratórias ou na pele, como por exemplo rinite, asma, urticária, podendo, em casos mais graves chegar a falta de oxigenação e má circulação sanguínea (anafilaxia).

A alergia ao trigo é a mais comum entre as pessoas, por se um dos cereais mais consumido mundialmente.



O TRATAMENTO É O MESMO PARA TODAS?

O tratamento se baseia principalmente em uma dieta isenta de glúten. Com a retirada de alimentos que possuem glúten em sua formulação.

E evitar de consumir outros cereais que sejam processados nas mesmas máquinas que o trigo, centeio, aveia e a cevada foram processados.


Postagem por: Viviane Rocha


Fonte: http://www.fenacelbra.com.br/fenacelbra/sensibilidade-ao-gluten-na-ausencia-de-doenca-celiaca/
http://eupossoisso.com/qual-e-a-diferenca-entre-doenca-celiaca-intolerancia-ao-gluten-e-alergia-ao-trigo/ 




quarta-feira, 15 de junho de 2016

Pergunta feita pelo grupo de Corticoides

Qual o efeito bioquímico do glúten no corpo? E por que "faz mal", se faz mal em organismos que não têm a alergia.

Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos às vilosidades intestinais responsáveis pelo revestimento e absorção de nutrientes no intestino delgado. Uma vez que o glúten atravessa a barreira intestinal, devido o aumento da permeabilidade da mucosa, o organismo “dispara” o sistema de defesa, liberando diversas substâncias pró-inflamatórias, que geram manifestações físicas, mentais e/ou emocionais não desejáveis.

Para os celíacos, quando o glúten chega ao intestino delgado, ocorre um processo inflamatório, levando à destruição das vilosidades (pequenas saliências) da parede do intestino. Esse problema pode apresentar vários sintomas severos, como diarreia, fraqueza, perda de peso em virtude da má absorção de nutrientes e anemia.

A sensibilidade ao glúten é variável de acordo com cada indivíduo, e existe num amplo espectro de possibilidades e sintomas. De um lado temos os indivíduos celíacos, que são incapazes de processar sequer infinitésimas partículas de glúten que ficaram como resíduo em um qualquer utensílio que foi usado para preparar um prato com glúten. Do outro lado, temos os indivíduos que, aparentemente, não têm qualquer tipo de problema com o glúten. E entre um e outro extremo, uma enorme quantidade de indivíduos sofrendo mais ou menos com sintomas diversos de intolerância a esta substância.

O diagnóstico da intolerância ao glúten não é muito óbvio, e é relativamente comum que uma pessoa passe a vida inteira sofrendo com sintomas desagradáveis diversos sem relacionar os mesmos ao consumo dos vários cereais que contêm glúten.

A lista de sintomas conhecidos e associados à intolerância ao glúten é grande. Vejamos alguns dos mais significativos:

- Crônica perda ou ganho de peso

- Deficiências nutricionais resultantes de má absorção (ex: deficiência de ferro)

- Problemas gastro-intestinais (inchaço abdominal, dor, gases, obstipação, diarreia)

- Gordura nas fezes (devido à má digestão)

- Dores nas articulações

- Depressão

- Eczema e dermatites diversas (descamação nas mãos e dedos, por exemplo)

- Enxaqueca

- Exaustão

- Irritabilidade e mudanças comportamentais

- Infertilidade, irregularidade do ciclo menstrual, aborto espontâneo

- Câimbras, comichão e perda de sensibilidade na pele

- Crescimento reduzido (em bebês e crianças)

- Declínio na saúde dental 



Postado por: Paulo Victor Bessa Dos Santos

Fonte: http://silviafloresta.weebly.com/blogue/esclarecimento-acerca-do-trigo-moderno-e-o-gluten
          http://biobionut09.blogspot.com.br/

Glúten – Gliadina e glutenina


Gluten é uma proteína amorfa composta pela mistura de cadeias protéicas longas de gliadina e glutenina.

O glúten não é um componente que faz parte diretamente da formulação de produtos de panificação. O glúten é formado quando a farinha de trigo, a água e os demais ingredientes do pão são misturados e sofrem a ação de um trabalho mecânico. O glúten é formado pela interação entre moléculas de gliadina e glutenina que ao se hidratarem formam uma rede. O interesse do glúten nos processos de panificação está basicamente ligado a sua capacidade de dar extensibilidade e consistência à massa.

As gliadinas são proteínas de cadeia simples, extremamente pegajosas, responsáveis pela consistência e viscosidade da massa. Apresentam pouca resistência à extensão. Atualmente sabe-se que a gliadina inicia o dano na mucosa intestinal que envolve todo o processo imunológico em indivíduos geneticamente predispostos.

 As gluteninas, por sua vez, apresentam cadeias ramificadas, sendo responsáveis pela extensibilidade da massa. As quantidades destas duas proteínas no trigo são fatores determinantes para a qualidade da rede formada no processo de panificação.

No caso do trigo a massa protéica é composta de cerca 68% de gliadina e 32% de glutenina (que compõem o glúten). 



Glúten no intestino: Além do glúten ter um efeito muito negativo sobre o sistema digestivo, ele também agrava outras regiões do corpo. As outras regiões que são mais afetadas são o cérebro, as articulações e a pele.

Quando comemos alimentos que contêm glúten, aumentamos uma molécula de proteína chamada Zonulin. A Zonulin funciona como um porteiro em ambos os intestinos e na barreira hemato-encefálica. Quanto mais zonulin no intestino, mais permeáveis ​​as células intestinais se tornam, e o risco de desenvolver síndrome do intestino solto aumenta.

Altos níveis de zonulin também soltam as junções apertadas no epitélio das nossas células sanguíneas. Isto permite que as toxinas e outras moléculas deslizem através da barreira hemato-encefálica. Quando a barreira hemato-encefálica é permeável, ela ativa uma resposta inflamatória no cérebro.

O cérebro em si não sente dor, então a inflamação crônica é diagnosticada com sintomas como confusão mental, processamento mental lento. Ao longo do tempo, um cérebro que é cronicamente inflamado leva a doenças neurodegenerativas, como a demência, a doença de Alzheimer, por exemplo.

Os indivíduos também podem formar anticorpos específicos para moléculas de glúten em outras regiões do corpo. Um dos mais comuns destes padrões de mimetismo molecular são anticorpos de glutamato descarboxilase (GAD). GAD é uma enzima que ajuda a metabolizar o glutamato e é fundamental para a produção de energia nas principais regiões do cérebro.

Os anticorpos GAD estão implicados na diabetes de tipo I, diabetes adulto auto-imune, doença de Parkinson, e síndrome rígida de homem.

E por que o glúten é problemático? Porque ele não é uma proteína facilmente digerida, exatamente por ser rica em sequências dos aminoácidos prolina e glutamina. Nossas enzimas digestivas têm dificuldade para digerir esse tipo de sequência de aminoácidos. A digestão desfavorecida de glúten no trato gastrointestinal resulta na formação de peptídeos não digeridos, sendo que o normal, na maioria das vezes, é que as proteínas sejam completamente digeridas em aminoácidos, e não em peptídeos. São esses peptídeos que provocam a reação ao glúten em pessoas com doença celíaca.

Reação ao glúten em evidência na pele: 


  






Postado por: Paulo Victor Bessa Dos Santos

Fonte: https://www.epochtimes.com.br/entenda-como-gluten-afeta-cerebro-intestino-pele/#.V2H7sNIrKM9

Uso do trigo na alimentação dos suínos


O uso preferencial do trigo na alimentação humana, via de regra, tem destinado à alimentação animal grãos de qualidade inferior ou subprodutos de seu processamento industrial. Entretanto, o fator preço, aliado à composição nutricional, pode tornar o emprego de trigo de boa qualidade na alimentação animal viável e vantajoso.
O uso na alimentação de suínos se constitui em mais uma opção de comercialização e uma alternativa ao suinocultor para baratear os custos com a alimentação animal. Considerando que o trigo não compete com o milho em relação à infraestrutura produtiva da propriedade, torna-se economicamente viável integrá-lo num sistema de produção com milho e suínos.
Na formulação de rações, o trigo pode ser usado sem restrições, como fonte energética e protéica, considerando-se os seguintes aspectos:
1. Colheita e armazenagem
A colheita deve ser realizada o mais cedo possível para evitar perdas, principalmente em relação à qualidade do produto. Recomenda-se a colheita mecânica com  20% de umidade para o grão duro e de 25 a 35% para o grão destinado à silagem. A temperatura de secagem no grão não deve ser superior a 66oC, para não comprometer a qualidade da proteína do trigo. Se não for possível a secagem, o grão duro deve ser colhido com menos de 14% de umidade. Na colheita manual, o corte deve ser feito com 25% de umidade e a trilha após a secagem da palha e com umidade dos grãos abaixo de 14%. A armazenagem deve ser feita com o produto limpo e com umidade de 13%.
2. Aspectos nutricionais
Em geral, a composição do trigo é mais variada que a dos outros cereais e depende muito do tipo de cultivar.
A proteína do trigo é superior à do milho em concentração, qualidade e composição de aminoácidos. Os aminoácidos limitantes em ordem de importância são a lisina, a treonina, a metionina e a valina. As dietas, a partir do trigo, devem ser formuladas com base em aminoácidos, devido às variações no teor destes na proteína bruta. A suplementação com lisina e treonina pode reduzir em grande parte, o uso de farelo de soja, nas fases de crescimento e terminação. O principal componente energético do trigo é o amido que representa aproximadamente 60% do grão. Cerca de 14 do amido é composto por amilose, enquanto os 34 restantes são compostos de amilopectina. O trigo apresenta teores de energia digestível similares ao milho. No entanto, a energia metabolizável é 10% inferior a este, fato que também deve ser considerado na formulação da ração. O trigo contém entre 1 a 2% de lipídios, enquanto no milho este valor é de 3,7%, em média.
Em estudos realizados na Embrapa Suínos e Aves, concluiu-se que o trigo apresenta excelentes perspectivas de utilização na alimentação de suínos, mesmo quando o seu percentual de grãos germinados for alto. Dietas à base de trigo, com até 14% de grãos germinados, proporcionaram nos animais testados, desempenho semelhante aos animais alimentados com dietas contendo trigo sem grãos germinados.
3. Fatores antinutricionais
Os grãos de trigo podem ser atacados, ainda no campo, pelo fungo Fusaruim, Giberella em sua forma sexuada, que, em condições inadequadas de colheita e armazenagem, pode produzir micotoxinas. Os grãos giberelados podem ser retirados no processo de limpeza com máquina de ar e peneira. O fungo Claviceps, ou Ergot, eventualmente pode produzir uma toxina chamada ergotamina, quando a infestação for grande e as condições de armazenagem forem inadequadas.
O trigo contém inibidores da alfa – amilase que podem reduzir a digestibilidade do amido, embora ainda não tenham sido totalmente identificados.
4. Granulometria
O diâmetro médio das partículas recomendado para o trigo é de 0,85 mm ou mais para porcas e para as fases de creche e crescimento, e de 1,85 mm ou mais para a fase de terminação. O trigo não deve ser finamente moído pois torna-se farináceo e a palatabilidade pode ser prejudicada, reduzindo o consumo, além de contribuir para a incidência de úlceras gástricas. Grãos inteiros reduzem a digestibilidade, principalmente da energia, afetando o desempenho dos animais.
5. Silagem de grão
A silagem do grão com  35% de umidade, apresenta boa digestibilidade e maior concentração de energia e proteínas. Deve ser feita quando o grão apresentar 67 a 70% de massa seca. Acima disto há problemas de compactação e abaixo, poderá ocorrer perdas de líquido rico em nutrientes. Os grãos são amassados ou moídos e colocados no silo. A compactação é feita em camadas, formando um ambiente sem oxigênio, necessário para as fermentações desejáveis à silagem.
O tempo entre a colheita e a ensilagem deve ser curto, para evitar o aquecimento do material e a possível contaminação por fungos. Este problema também pode ocorrer com a ração, e por isso se recomenda fornecê-la aos animais no mesmo dia da elaboração. O consumo de ração com silagem de grão de trigo deve ser superior ao consumo de ração de grão seco, devido ao maior teor de umidade.
A formulação deve ser feita com base na matéria seca, a exemplo do que foi abordado para o milho.

Postado por: Paulo Victor Bessa Dos Santos
Fonte:http://www.suinoculturaindustrial.com.br/PortalGessulli/AppFile/Material/Tecnico/alimentosuino.pdf

Cerveja de trigo



Uma cerveja é basicamente composta de água, malte, lúpulo e fermento. O malte mais utilizado é o de cevada, mas também há o malte de arroz, de centeio e de trigo. As cervejas feitas com ingredientes de trigo tendem a ser leves e de sabor suave. “O trigo soma uma contribuição inigualável às cervejas do tipo weinzen, bastante cultuadas pelos povos germânicos”, diz o mestre cervejeiro e sommelier de cervejas Evandro Zanini. O trigo não maltado também pode ser usado pelos fabricantes para dar mais corpo, estabilidade e durabilidade à espuma da bebida. “É o caso das cervejas denominadas blanche ou wit, mais comuns na cultura belga. Mas o trigo e o malte de trigo, de maneira geral, produzem uma bebida de qualidade incrível”, diz Zanini.
Além de saborosa, a cerveja de trigo também possui propriedades nutritivas. Vale lembrar que a cerveja, de maneira geral, é composta de mais de 90% de água. A bebida também possui vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas – e um teor alcoólico em torno de 5%. A nutricionista Vanderlí Marchiori, consultora do Trigo é Saúde, ressalta que, se comparada à cerveja mais consumida no Brasil, que é a do tipo pilsen, a grande diferença da cerveja de trigo está na fermentação e no sabor. “Seu sabor é mais suave e, por ser de longa fermentação, não deixa gosto residual ou a sensação de boca seca após o consumo”, diz. “Mas, pelo teor alcoólico, seu consumo deve ser limitado a 350 ml por dia, o que equivale a uma latinha”, sublinha a nutricionista.
Um estudo da Universidade de Munique, na Alemanha, mostrou ainda que a cerveja, especialmente a de trigo, tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Segundo David Nieman, um dos pesquisadores, a ação se deve à presença dos polifenóis, compostos químicos antioxidantes encontrados em diversas plantas e frutas, e também presente na cerveja. Os polifenóis, segundo o estudo, são mais eficazes quando ingeridos em combinações. Por isso, a cerveja de trigo, que contém vários tipos desse composto, foi a mais adequada para a pesquisa.  “Os polifenóis ajudam a regular o sistema imunológico e os processos relacionados à inflamação e ao estresse”, diz Nieman.
A nutricionista Vanderlí Marchiori acrescenta que a cerveja (não apenas a de trigo) está associada ao controle da hipertensão. “O poder antioxidante e a relação com o controle da pressão se devem ao lúpulo, flor que é parte integrante do processo de fermentação e age no sistema nervoso central, acalmando quem consome”, diz.
Mesmo assim, deve ser consumida com moderação, lembrando que jamais se deve dirigir um carro depois de beber. Quem não aprecia a bebida e deseja usufruir dos benefícios dos polifenóis pode ingerir frutas frescas, especialmente uvas e morangos, além de legumes e trigo integral, que também são ricos nessa substância.

Postado por: Paulo Victor Bessa Dos Santos
Fonte: http://www.trigoesaude.com.br/trigo-e-derivados/um-brinde-a-cerveja-de-trigo.shtml